nocoes gerais de ANATOMIA
1. Ossos
O osso, ou tecido ¢sseo, ‚ uma forma r¡gida de tecido conectivo que forma a maior parte do esqueleto. O sistema esquel‚tico ou esqueleto (G. seco) do adulto consiste em mais de 200 ossos que constituem a estrutura de sustenta‡Æo do corpo.
Algumas cartilagens tamb‚m sÆo inclu¡das no sistema esquel‚tico ( p. ex., as cartilagens costais que unem as extremidades anteriores das costelas ao esterno). As liga‡äes entre os componentes do esqueleto sÆo denominadas articula‡äes; a maioria delas permite movimento.
O sistema esquel‚tico consiste em duas partes principais; (1) o esqueleto axial, composto do crƒnio, coluna vertebral, esterno e costelas e (2) o esqueleto apendicular, formado pelos c¡ngulos peitoral e p‚lvico e ossos dos membros.
O estudo dos ossos ‚ denominado osteologia. Embora os ossos estudados no laborat¢rio sejam sem vida e secos, devido a remo‡Æo das suas prote¡nas, os ossos sÆo ¢rgÆos vivos no corpo que mudam consideravelmente ... medida que se envelhece.
A exemplo de outros ¢rgÆos, os ossos possuem vasos sangu¡neos, vasos linf ticos e nervos e podem ser comprometidos por doen‡as.
Osteomielite ‚ uma inflama‡Æo da medula ¢ssea e osso adjacente. Quando quebrado ou fraturado, o osso cicatriza. Ossos nÆo usados, p. ex. num membro paralisado, sofrem atrofia (isto ‚, tornam-se mais finos e mais fracos). O osso pode ser absorvido, como ocorre ap¢s a perda ou extra‡Æo de dentes. Os ossos tamb‚m sofrem hipertrofia (ou seja, tornam-se mais espessos e fortes) quando tm um maior peso para sustentar.
Ossos de pessoas diferentes exibem varia‡äes anat"micas. Variam de acordo com a idade, sexo, caracter¡sticas f¡sicas, sa£de, dieta, ra‡a e com diferentes condi‡äes gen‚ticas e endocrinol¢gicas.
As varia‡äes anat"micas sÆo proveitosas na identifica‡Æo de restos esquel‚ticos, um aspecto da medicina forense ( a rela‡Æo e aplica‡Æo de fatos m‚dicos aos problemas legais).
Os ossos vivos sÆo tecidos amold veis que contm componentes orgƒnicos e inorgƒnicos. Consistem essencialmente em material intercelular impregnado de substƒncias minerais, principalmente fosfato de c lcio hidratado, isto ‚, Ca3 (PO4)2.
As fibras col genas no material intercelular conferem aos ossos elasticidade e resistncia, enquanto os cristais de sais na forma de tubos e bastäes lhe conferem dureza e alguma rigidez. Quando um osso ‚ descalcificado no laborat¢rio por submersÆo, por alguns dias, em cido dilu¡do, seus sais sÆo removidos, por‚m o material orgƒnico permanece. O osso ret‚m sua forma, mas est tÆo flex¡vel que se pode dar um n¢. Um osso calcinado tamb‚m ret‚m sua forma, mas seu tecido fibroso ‚ destru¡do. Em consequncia, torna-se quebradi‡o, inel stico e esmigalha-se facilmente.
A quantidade relativa de substƒncia orgƒnica para inorgƒnica nos ossos varia com a idade. A substƒncia orgƒnica ‚ maior na infƒncia; por isso, os ossos de crian‡as curvam-se um pouco.
Em alguns dist£rbios metab¢licos como o raquitismo e osteomal cia, h uma calcifica‡Æo inadequada da matriz dos ossos. Como o c lcio confere dureza aos ossos, as reas nÆo-calcificadas arqueiam-se um pouco, particularmente se sÆo ossos que sustentam peso. Isso acarreta deformidades progressivas, como o joelho valgo.
Embora o diagn¢stico de raquitismo seja sugerido pelo alargamento cl¡nico nos locais das placas de cartilagem epifis ria, o diagn¢stico ‚ confirmado pelas t¡picas altera‡äes radiogr ficas que ocorrem nas extremidades em crescimento dos ossos longos e costelas nesses pacientes.
As fraturas sÆo mais comuns em crian‡as que em adultos, devido ... combina‡Æo de seus ossos mais delgados e atividades descuidadas. Felizmente, muitas dessas fraturas sÆo muito finas ou do tipo em galho verde, que nÆo sÆo graves. Numa fratura em galho verde, o osso quebra como um ramo de salgueiro.
As fraturas da placa de cartilagem epifis ria sÆo graves porque podem resultar na fusÆo prematura da di fise e ep¡fise, com subsequente encurtamento do osso; p. ex. , a fusÆo prematura de uma ep¡fise radial acarreta um desvio radial progressivo da mÆo ... medida que a ulna continua a crescer. A existncia de ep¡fises nÆo-fundidas em pessoas jovens pode ser muito proveitosas no tratamento delas; p. ex., a coloca‡Æo de grampos atrav‚s da placa de cartilagem epifis ria no joelho interrompe o crescimento no membro inferior. SÆo os ossos da perna normal que sÆo grampeados para permitir que os ossos da perna curta alcancem a primeira.
Felizmente, as fraturas se consolidam mais rapidamente em crian‡as que em adultos. Uma fratura femoral ocorrida ao nascimento est unida em trs semanas, enquanto que a uniÆo demora at‚ 20 semanas em pessoas de 20 anos ou mais.
Durante a idade avan‡ada, os componentes orgƒnico e inorgƒnico do osso se reduzem, produzindo uma condi‡Æo denominada osteoporose. H uma redu‡Æo na quantidade de osso (atrofia do tecido esquel‚tico) e, em consequncia, os ossos das pessoas idosas perdem elasticidade e fraturam facilmente. Por exemplo, as pessoas senis podem trope‡ar numa pequena salincia enquanto andam, sentir ou ouvir o colo do seu fmur (osso da coxa) quebrar e cair no chÆo. As fraturas do colo do fmur sÆo especialmente comuns em mulheres idosas, porque a osteoporose ‚ mais intensa nelas do que nos homens idosos.
TIPOS DE OSSO
H dois tipos principais de osso, esponjoso e compacto, mas nÆo h limites preciosos entre os dois tipos, uma vez que as diferen‡as entre eles dependem da quantidade relativa de substƒncia s¢lida e do n£mero e tamanho dos espa‡os em cada um deles.
Todos os ossos tm uma arruma‡Æo externa de substƒncia compacta ao redor de uma massa central de substƒncia esponjosa, exceto onde a £ltima ‚ substitu¡da , por uma cavidade medular ou um espa‡o a‚reo, p. ex., os seios paranasais.
A substƒncia esponjosa consiste em trab‚culas finas e irregulares de substƒncia compacta que se ramificam e se unem umas com as outras para formar espa‡os intercomunicantes, que sÆo preenchidos com medula ¢ssea. As trab‚culas da substƒncia esponjosa sÆo arranjadas em linhas de pressÆo e tensÆo. Nos adultos h dois tipos de medula ¢ssea, vermelha e amarela.
A medula ¢ssea vermelha ‚ ativa na forma‡Æo de sangue (hematopoese), ao passo que a medula ¢ssea amarela ‚ sobretudo inerte e gordurosa. Na maioria dos ossos longos h uma cavidade medular no corpo ou di fise, que cont‚m medula ¢ssea amarela na vida adulta. Na medula ¢ssea amarela, a maior parte do tecido hematopo‚tico, foi substitu¡da por gordura.
A substƒncia compacta parece s¢lida, exceto por espa‡os microsc¢picos. Sua estrutura cristalina lhe confere dureza e rigidez e torna-se opaca ao raio-X.
Classifica‡Æo dos ossos. Os ossos podem ser classificados regionalmente como axiais (crƒnio, v‚rtebras, costelas e externo) ou apendiculares (ossos dos membros superiores e inferiores e ossos associados a estes).
Tamb‚m se classificam os ossos de acordo com sua forma.
1. Os ossos longos sÆo de forma tubular e possuem um corpo (di fise) e duas extremidades, que sÆo c"ncavas ou convexas. O comprimento dos ossos longos ‚ maior que sua largura, embora alguns ossos longos sejam pequenos (p. ex., nos dedos).
As extremidades dos ossos longos articulam-se com outros ossos; assim, elas sÆo dilatadas, lisas e cobertas com cartilagem hialina. Geralmente, a di fise de um osso longo ‚ oca e tipicamente apresenta trs margens separando suas trs faces.
2. Os ossos curtos sÆo de forma cub¢ide e encontrados apenas no p‚ e no pulso, p. ex., os ossos do carpo. Apresentam seis faces, das quais quatro ou menos sÆo articulares e duas ou mais sÆo para fixa‡Æo de tendäes e ligamentos e para entrada de vasos sangu¡neos.
3. Os ossos planos consistem em duas placas de osso compacto com osso esponjoso e medula entre elas, p. ex., os ossos da calv ria (ab¢bada craniana), o externo e a esc pula (exceto pela parte delgada desse osso). O espa‡o medular entre as lƒminas externa e interna dos ossos planos do crƒnio ‚ conhecido como d¡ploe (G. duplo).
A maioria dos ossos planos ajuda a formar paredes de cavidades (p. ex., a cavidade do crƒnio); por isso, a maior parte deles ‚ levemente encurvada ao inv‚s de plana. No in¡cio da vida, um osso plano consiste numa fina camada de substƒncia compacta, por‚m a medula (p. ex., d¡ploe) surge no seu interior durante a segunda infƒncia, resultando em camadas compactas de cada lado da cavidade medular.
4. Os ossos irregulares exibem formas variadas (p. ex., ossos da face e v‚rtebras). Os corpos das v‚rtebras possuem algumas caracter¡sticas de ossos longos.
5. Os ossos pneum ticos cont‚m cavidades (c‚lulas) aer¡feras ou seios, p. ex., as c‚lulas aer¡feras mast¢ideas na parte mast¢idea do osso temporal e os seios paranasais. Evagina‡äes da membrana mucosa da orelha m‚dia e da cavidade do nariz invadem a cavidade medular, produzindo, respectivamente, as c‚lulas aer¡feras e seios.
6. Os ossos sesam¢ides sÆo n¢dulos ¢sseos arredondados ou ovais que se desenvolvem em certos tendäes (p. ex., a patela no tendÆo do quadr¡ceps da coxa, e o pisiforme no tendÆo do flexor ulnar do carpo).
Tais ossos foram denominados sesam¢ides em virtude de sua semelhan‡a a sementes de s‚samo. SÆo comumente encontrados onde tendäes cruzam as extremidades dos ossos longos nos membros. Protegem o tendÆo de um desgaste excessivo e mudam o ƒngulo do tendÆo quando ele passa para se inserir. Isso resulta numa maior vantagem mecƒnica na articula‡Æo. A face articular de um osso sesam¢ide ‚ coberta de cartilagem articular, enquanto o resto ‚ incrustado no tendÆo.
7. Os ossos acess¢rios desenvolvem-se quando surge um centro de ossifica‡Æo adicional dando origem a um osso, ou quando um dos centros usuais nÆo se funde ao osso principal. A parte separada do osso da a impressÆo de um osso supranumer rio.
Os ossos acess¢rios sÆo comuns no p‚ e ‚ importante conhec-los para que nÆo sejam confundidos com lascas de ossos ou fraturas em radiografias.
8. Os ossos heterot¢picos sÆo aqueles que nÆo pertencem ao esqueleto principal, mas podem desenvolver-se em certos tecidos moles e ¢rgÆos em decorrncia de doen‡a. Esse tipo de osso pode formar-se em cicatrizes, e uma inflama‡Æo cr"nica, caracter¡stica da tuberculose, pode produzir tecido ¢sseo no pulmÆo.
ACIDENTES àSSEOS
A superf¡cie dos ossos nÆo ‚ lisa e polida nem mesmo em contorno, exceto nas reas cobertas por cartilagem e onde os tendäes , vasos sangu¡neos e nervos passam em sulcos (p. ex., o sulco intertubercular na cabe‡a do £mero e o sulco do nervo radial na sua di fise ).
Os ossos exibem uma variedade de salincias, depressäes e orif¡cios. Os acidentes encontrados em ossos secos em qualquer rea onde os tendäes, ligamentos e f scia estavam fixados. A fixa‡Æo das fibras musculares de um m£sculo nÆo causam nenhum acidente num osso.
Os acidentes ¢sseos come‡am a tornar-se proeminentes durante a puberdade (12 ... 16 anos) e ficam cada vez mais acentuados na idade adulta. Os acidentes recebem nomes para ajudar a distingui-los.
Eleva‡äes. Os diversos tipos de eleva‡Æo nos ossos sÆo citados abaixo em ordem de proeminncia. Examine cada tipo num esqueleto.
Uma eleva‡Æo linear ou pouco saliente ‚ referida como uma linha (p. ex., a linha [LMCCL1]nucal superior do osso occipital, e linha supracondilar medial). Linhas muito proeminentes sÆo chamadas cristas (p. ex., a crista il¡aca, e a crista p£bica).
Uma eleva‡Æo arredondada ‚ denominada (1) tub‚rculo (pequena eminncia saliente); (2) protuberƒncia (uma tumefa‡Æo ou calombo, p. ex., protuberƒncia occipital externa). (3) trocanter (uma grande eleva‡Æo romba, p. ex., o trocanter maior do fmur); (4) tuberosidade ou t£ber (uma grande eleva‡Æo); e (5) mal‚olo (uma eleva‡Æo semelhante ... cabe‡a de um martelo).
Uma eleva‡Æo pontiaguda ou parte salientada ‚ chamada de espinha, p. ex., a espinha il¡aca ƒntero-superior, ou processo, p. ex., o processo espinhoso de uma v‚rtebra. As facetas (Fr. pequenas faces) sÆo pequenas reas ou superf¡cies de um osso, lisa e planas, especialmente onde ele se articula com outro osso. As facetas articulares sÆo cobertas com cartilagem hialina (p. ex., as facetas de uma v‚rtebra).
Uma rea articular arredondada de um osso ‚ denominada cabe‡a (p. ex., a cabe‡a do £mero) ou c"ndilo, p. ex., o c"ndilo lateral do fmur. Um epic"ndilo ‚ um processo proeminente logo acima de um c"ndilo.
Depressäes. Pequenas concavidades nos ossos sÆo descritas como fossas, enquanto as depressäes estreitas e longas sÆo referidas como sulcos. Uma reentrƒncia na margem de um osso ‚ chamada de incisura, p. ex., a incisura do acet bulo.
Forames e Canais. Quando uma incisura ‚ fechada por um ligamento ou osso de modo a formar uma perfura‡Æo ou buraco, ‚ denominada forame (p. ex., forame magno). Um forame que tenha extensÆo ‚ chamado de canal (p. ex., canal facial ). Um canal tem um orif¡cio em cada extremidade. Um meato (uma passagem) ‚ um canal que entra numa estrutura mas nÆo a atravessa, p. ex., o meato ac£stico externo ou canal auditivo.
DESENVOLVIMENTO DOS OSSOS
Os tecidos desenvolvem-se a partir de condensa‡äes do mesnquima (tecido conectivo embrion rio). O modelo mesnquimal de um osso que se forma durante o per¡odo embrion rio pode sofrer ossifica‡Æo direta, denominada ossifica‡Æo intramembran cea (forma‡Æo ¢ssea membran cea), ou ser substitu¡do por um modelo de cartilagem; o £ltimo torna-se ossificado por ossifica‡Æo intracartilaginosa (forma‡Æo ¢ssea endocondral).
Em resumo, o osso substitui membrana ou cartilagem. O processo de ossifica‡Æo ‚ semelhante em ambos os casos e a estrutura histol¢gica final do osso ‚ idntica.
A ossifica‡Æo intramembran cea ocorre rapidamente e se d em ossos que sÆo urgentemente necess rios para prote‡Æo (os ossos planos da calv ria ou ab¢boda craniana). A ossifica‡Æo intracartilaginosa, que ocorre na maioria dos ossos do esqueleto, ‚ um processo bem mais lento.
Desenvolvimento dos Ossos longos. A primeira indica‡Æo de ossifica‡Æo no modelo cartilaginoso de um osso longo ‚ vis¡vel pr¢ximo ao centro da futura di fise, denominada centro prim rio de ossifica‡Æo. Os centros prim rios aparecem em ‚pocas diversas os diferentes ossos em desenvolvimento, por‚m a maioria dos centros de ossifica‡Æo surge entre 7( e 12( semanas de vida pr‚-natal. Praticamente todos os centros estÆo presentes ao nascimento. Nessa ‚poca, a ossifica‡Æo a partir do centro prim rio ter quase atingido as extremidades do modelo de cartilagem do osso longo.
A parte do osso formada a partir de um centro prim rio ‚ denominada di fise.
Ao nascimento, centros de ossifica‡Æo adicionais podem surgir nas extremidades cartilaginosas de um osso longo. Estes sÆo referidos como ep¡fises ou centros secund rios de ossifica‡Æo.
A maioria dos centros secund rios de ossifica‡Æo aparece ap¢s a nascimento. As partes de um osso formadas a partir dos centros secund rios sÆo chamadas de ep¡fises. As ep¡fises ou centros secund rios de ossifica‡Æo dos ossos do joelho sÆo os primeiros a aparecer. Podem estar presentes ao nascimento.
As ep¡fises cartilaginosas sofrem as mesmas altera‡äes que ocorrem na di fise. Em consequncia, o corpo do osso torna-se revestido em cada extremidade por osso, as ep¡fises, que se desenvolvem a partir dos centros secund rios de ossifica‡Æo.
A parte da di fise mais pr¢xima da ep¡fise ‚ referida como met fise.
A di fise cresce em extensÆo por prolifera‡Æo da cartilagem na met fise. A fim de possibilitar a continua‡Æo do crescimento em extensÆo at‚ que o comprimento adulto de um osso seja alcan‡ado, o osso formado a partir do centro prim rio de ossifica‡Æo na di fise nÆo se funde com aquele formado a partir dos centros secund rios nas ep¡fises enquanto o osso nÆo atingir o tamanho adulto. Durante o crescimento de um osso, uma lƒmina de cartilagem, conhecida como placa de crescimento ou placa de cartilagem epifis ria, interpäe-se entre a di fise e a ep¡fise. Por concisÆo, ‚ ami£de chamada de placa epifis ria.
A di fise consiste num tubo oco de substƒncia compacta circundando a cavidade medular, ao passo que as ep¡fises e met fises consistem em substƒncia esponjosa coberta por uma fina camada de substƒncia compacta. O osso compacto sobre as faces articulares das ep¡fises ‚ logo coberto por uma cartilagem hialina denominada cartilagem articular.
Durante os dois primeiros anos p¢s-natais, surgem centros de ossifica‡Æo secund rios nas ep¡fises que sÆo expostas a pressÆo (p. ex., no joelho e quadril ). Tais centros, geralmente referidos como ep¡fises de pressÆo, estÆo situados nas extremidades dos ossos longos, onde estÆo sujeitas ... pressÆo de ossos opostos na articula‡Æo que eles formam.
Alguns centros de ossifica‡Æo secund rios ossificam partes de um osso associadas ... fixa‡Æo de m£sculos e fortes tendäes. Estes centros sÆo geralmente chamados de ep¡fises de tra‡Æo (p. ex., os tub‚rculos do £mero ). Tais ep¡fises estÆo sujeitas ... tra‡Æo mais do que ... pressÆo.
As placas de cartilagem epifis ria sÆo posteriormente substitu¡das pelo desenvolvimento de osso em cada um dos seus lados, diafis rio e epifis rio. Quando isso ocorre , o crescimento do osso cessa e a di fise funde-se ...s ep¡fises por uniÆo ¢ssea ou sinostose.
O osso formado no local da placa de cartilagem epifis ria ‚ particularmente denso e ainda reconhec¡vel nas radiografias de crian‡as e adolescentes. O conhecimento desse detalhe previne a confusÆo com linhas de fratura.
Em geral, a ep¡fise de um osso longo cujo centro de ossifica‡Æo apareceu por £ltimo ‚ a primeira a fundir-se com a di fise. Quando uma ep¡fise se forma a partir de mais de um centro (p. ex., a extremidade proximal do £mero ), os centros fundem-se entre si antes da uniÆo da ep¡fise com a di fise.
As altera‡äes nos ossos em desenvolvimento sÆo clinicamente importantes. Os m‚dicos e dentistas, especialmente os radiologistas, pediatras, ortodentistas e cirurgiäes ortopedistas, devem estar instru¡dos acerca do crescimento ¢sseo.
A ‚poca de aparecimento das diversas ep¡fises varia com a idade cronol¢gica. Como estÆo dispon¡veis boas tabelas de referncias, nÆo tem sentido memorizar as datas de aparecimento e desaparecimento dos centros de ossifica‡Æo de todos ossos.
Um radiologista determina a idade ¢ssea de uma pessoa estudando os centros de ossifica‡Æo. Dois crit‚rios sÆo usados: (1) o aparecimento de material calcificado na di fise e/ou ep¡fises. A ‚poca de aparecimento ‚ especificada para cada ep¡fise e di fise de cada osso para cada um dos sexos; e (2) o desaparecimento da linha escura que representa a placa de cartilagem epifis ria. Isto indica que a ep¡fise se fundiu ... di fise e ocorre em ‚pocas determinadas para cada ep¡fise.
A fusÆo das ep¡fises com a di fises ocorre 1 a 2 anos mais cedo no sexo feminino do que no masculino. A determina‡Æo da idade ¢ssea ‚ ami£de usada na defini‡Æo da idade aproximada de restos de esqueletos humanos em casos m‚dico-legais.
Algumas doen‡as aceleram e outras alentecem os tempos de ossifica‡Æo em compara‡Æo com a idade cronol¢gica do indiv¡duo. O esqueleto em crescimento ‚ sens¡vel a doen‡as relativamente leves e transit¢rias e a per¡odos de desnutri‡Æo.
A prolifera‡Æo de cartilagem na met fise se reduz durante a inani‡Æo e doen‡as, mas a degenera‡Æo de c‚lulas cartilaginosas nas colunas prossegue, produzindo uma linha densa de calcifica‡Æo provis¢ria que depois se torna osso com trab‚culas mais grossas, denominadas de linhas de parada do crescimento.
Sem um conhecimento b sico do crescimento ¢sseo e do aspecto dos ossos nas radiografias em idades diversas, poder-se-ia confundir uma placa de cartilagem epifis ria com uma fratura ou interpretar a separa‡Æo de uma ep¡fise como normal. Se voc conhece a idade do paciente e a localiza‡Æo das ep¡fises, esses erros podem ser evitados, especialmente se voc notar que as margens da di fise e ep¡fise sÆo suavemente encurvadas na regiÆo da cartilagem epifis ria. Uma fratura deixa uma margem abrupta e geralmente irregular de osso. Uma lesÆo que cause uma fratura no adulto pode causar deslocamento de uma ep¡fise num jovem.
Desenvolvimento dos Ossos curtos. O desenvolvimento dos ossos curtos ‚ semelhante ao do centro prim rio dos ossos longos e apenas um osso, o calcÆneo, desenvolve um centro secund rio de ossifica‡Æo.
Suprimento sangu¡neo dos ossos. Os ossos sÆo ricamente supridos de vasos sangu¡neos que os penetram a partir do peri¢steo, a membrana de tecido conectivo fibroso que os reveste.
As art‚rias periostais entram na di fise em in£meros pontos e sÆo respons veis por sua nutri‡Æo. Assim, um osso cujo peri¢steo ‚ removido morrer .
Pr¢ximo ao centro da di fise de um osso longo, uma art‚ria nutr¡cia passa obliquamente atrav‚s da substƒncia compacta e alcan‡a a substƒncia esponjosa e a medula.
Algumas ep¡fises de pressÆo sÆo, na sua maior parte, cobertas por cartilagem articular hialina. Recebem seu suprimento sangu¡neo da regiÆo da placa de cartilagem epifis ria. Tais ep¡fises (p. ex., cabe‡a do fmur) sÆo quase completamente cobertas por cartilagem articular e recebem seu suprimento sangu¡neo de vasos que penetram logo externamente ... margem da cartilagem articular.
A perda de suprimento sangu¡neo para uma ep¡fise ou para outras partes de um osso resulta em morte do tecido ¢sseo, uma condi‡Æo denominada necrose avascular (necrose isqumica ou ass‚ptica) do osso. Ap¢s toda fratura, diminutas reas cont¡guas de osso sofrem necrose avascular. Em algumas fraturas, pode ocorrer necrose de um grande fragmento do osso
caso seu suprimento sangu¡neo tenha sido interrompido. Um grupo de desordens das ep¡fises em crian‡as resulta de necrose avascular de etiologia desconhecida. SÆo referidas como osteocondroses e geralmente envolvem uma ep¡fise de pressÆo na extremidade de um osso longo.
Inerva‡Æo nos ossos. O peri¢steo ‚ rico em nervos sensitivos, chamados de nervos periostais. Isto explica por que a dor por lesÆo ¢ssea geralmente ‚ intensa. Os nervos que acompanham as art‚rias no interior dos ossos sÆo provavelmente vasomotores (ou seja, causam constri‡Æo ou dilata‡Æo dos vasos nutr¡cios).
ARQUITETURA DOS OSSOS
A estrutura do osso varia de acordo com sua fun‡Æo. Nos ossos longos concebidos para rigidez e que servem de fixa‡äes de m£sculos e ligamentos, a quantidade de osso compacto ‚ relativamente maior pr¢ximo ao meio da di fise, onde estÆo sujeitos a empenar. A substƒncia compacta da di fise assegura arquiteturalmente resistncia para a sustenta‡Æo de peso. Ademais, conforme descrito previamente, os ossos longos tem eleva‡äes (linhas, cristas, tub‚rculos e tuberosidades) que servem como contrafortes nas reas onde os m£sculos potentes se fixam.
Os ossos vivos possuem alguma elasticidade (flexibilidade) e muita rigidez (dureza). A elasticidade decorre da sua substƒncia orgƒnica (tecido fibroso), e a rigidez, das suas lƒminas e tubos de fosfato de c lcio inorgƒnico. Os sais, representando cerca de 60 % do peso de um osso, sÆo depositados na matriz de fibras col genas.
Os ossos sÆo como madeira-de-lei ao resistir ... tensÆo e como concreto ao resistir ... compressÆo.
Por dentro da arma‡Æo externa de substƒncia compacta, particularmente nas extremidades dos ossos longos, h substƒncia esponjosa que tem um aspecto semelhante a tela de arame. A substƒncia esponjosa nÆo ‚ disposta de maneira casual, mas sim composta de tubos e lƒminas que sÆo arranjados como escoras ao longo das linhas de pressÆo e tensÆo.
A arquitetura das trab‚culas ¢sseas ‚ peculiar a cada pessoa, um fato de valor na identifica‡Æo de restos esquel‚ticos e um parte importante da medicina forense.
Fun‡äes dos ossos. As principais fun‡äes dos ossos sÆo fornecer:
1. Prote‡Æo formando as paredes r¡gidas de cavidades (p. ex., cavidade do crƒnio) que contm estruturas vitais (p. ex., o enc‚falo).
2. Sustenta‡Æo (p. ex., a estrutura r¡gida para o corpo).
3. Uma base mecƒnica para o movimento ao assegurar fixa‡äes para os m£sculos e servir como alavancas para aqueles que produzem os movimentos permitidos pelas articula‡äes.
4. Forma‡Æo de c‚lulas sang¡neas. A medula ¢ssea vermelha nas extremidades dos ossos longos, esterno e costelas, v‚rtebras e na d¡ploe dos ossos planos do crƒnio sÆo os locais de desenvolvimento de hem cias, alguns linf¢citos, granul¢citos e plaquetas do sangue.
5. Armazenamento de sais. Os sais de c lcio, f¢sforo e magn‚sio nos ossos proporcionam uma reserva mineral para o corpo
2. Articula‡äes
O sistema articular consiste em articula‡äes ou junturas onde dois ou mais ossos relacionam-se entre si na sua regiÆo de contato. O estudo das articula‡äes ‚ chamado de artrologia.
As articula‡äes sÆo classificadas segundo o tipo de material que as mant‚m unidas (p. ex., articula‡äes fibrosas, cartilag¡neas e sinoviais).
ARTICULAåES FIBROSAS
Os ossos envolvidos nessa articula‡äes estÆo unidos por tecido fibroso. A quantidade de movimento permitida na articula‡Æo depende do comprimento das fibras que unem os ossos.
Suturas. Os ossos estÆo separados, embora mantidos unidos por uma fina camada de tecido fibroso. A uniÆo ‚ extremamente firme e h pouco ou nenhum movimento entre os ossos.
As suturas ocorrem apenas no crƒnio; por isso, ...s vezes sÆo chamadas de articula‡äes "do tipo craniano". As margens dos ossos podem superpor-se (sutura escamosa) ou entrela‡ar-se (sutura serr til).
No crƒnio de um rec‚m-nascido, os ossos da calv ria em crescimento nÆo estÆo em contato completo uns com os outros . Nos locais onde nÆo ocorre contato, as suturas sÆo reas largas de tecido fibroso conhecidas como fontanelas ou font¡culos. Os termos fontanelas e font¡culos significam "pequenas nascentes ou fontes". Provavelmente receberam essa denomina‡Æo porque em tempos remotos ter-se-iam realizado aberturas nesses pontos do crƒnio em lactentes com fontanelas abauladas em decorrncia da hipertensÆo intracraniana. Nesses casos, o l¡quido cerebrospinal (LCE) e o sangue que jorraram provavelmente lembravam uma fonte d' gua.
O font¡culo mais proeminente ‚ o anterior, que as pessoas leigas chamam de moleira. A separa‡Æo dos ossos nas suturas e font¡culos do crƒnio do rec‚m-nado permite que eles se superponham durante o nascimento, facilitando a passagem de sua cabe‡a atrav‚s do canal de parto. O font¡culo anterior nÆo costuma estar presente ap¢s os 18 a 24 meses de idade (isto ‚, apresenta a mesma largura das suturas do crƒnio). A uniÆo dos ossos no pt‚rio, situado no local do font¡culo ƒntero-lateral, ter ocorrido aos seis anos em cerca de 50% da crian‡as.
A fusÆo dos ossos atrav‚s das linhas de sutura (sinostose) come‡a na face interna da calv ria ou ab¢bada craniana no in¡cio da segunda d‚cada e progride por toda vida. Quase todas as suturas do crƒnio estÆo obliteradas em pessoas muito idosas.
Sindesmose. Nesse tipo de articula‡Æo fibrosa, os dois ossos sÆo unidos por uma lƒmina de tecido fibroso. O tecido pode ser um ligamento ou uma membrana fibrosa inter¢ssea; p. ex., as margens inter¢sseas do r dio e ulna estÆo unidas pela membrana inter¢ssea do antebra‡o.
Nas sindesmoses, consegue-se realizar um movimento de leve a consider vel. O grau de movimento depende da distƒncia entre os ossos e do grau de flexibilidade do tecido fibroso. A membrana inter¢ssea entre o r dio e a ulna no antebra‡o ‚ suficientemente larga e flex¡vel para permitir movimentos consider veis, como ocorre durante a prona‡Æo e supina‡Æo do antebra‡o.
ARTICULAåES CARTILAGÖNEAS
Os ossos envolvidos nessa articula‡äes sÆo unidos por cartilagem.
Articula‡äes Cartilag¡neas Prim rias (Sincondroses). Os ossos estÆo ligados por cartilagem hialina, que permite uma leve flexÆo no in¡cio da vida.
As sincondroses geralmente representam condi‡äes tempor rias, p. ex., durante o per¡odo de desenvolvimento endocondral de um osso longo. Conforme descrito previamente, uma placa de cartilagem epifis ria separa as extremidades (ep¡fises) e corpo (di fise) de um osso longo.
Uma articula‡Æo cartilag¡nea do tipo sincondrose permite crescimento em extensÆo do osso. Quando o crescimento pleno ‚ atingido, a cartilagem ‚ convertida em osso e a ep¡fise funde-se ... di fise; isto ‚, uma sincondrose ‚ convertida numa sinostose.
Outras sincondroses sÆo permanentes, p. ex., onde a cartilagem costal da primeira costela une-se ao man£brio do esterno.
Articula‡äes Cartilag¡neas Secund rias (S¡nfises). As faces articulares dos ossos nessas articula‡äes estÆo cobertas por cartilagem hialina e essas faces cartilag¡neas estÆo unidas por tecido fibroso e/ou fibrocartilagem.
As s¡nfises sÆo articula‡äes fortes e poucos mov¡veis. As articula‡äes intervertebrais anteriores com seus discos intervertebrais sÆo classificadas como s¡nfises. SÆo concebidas para resistncia e absor‡Æo de choque. Os corpos das v‚rtebras estÆo ligados por ligamentos longitudinais e pelos an‚is fibrosos dos discos intervertebrais. Cumulativamente, esses discos fibrocartilag¡neos conferem uma flexibilidade consider vel ... coluna vertebral.
Outros exemplos de s¡nfises sÆo a s¡nfise p£bica entre os corpos dos ossos p£bis e a articula‡Æo manubriosternal entre o man£brio e corpo do esterno.
Durante a gravidez, a s¡nfise p£bica e outras articula‡äes da pelve sofrem altera‡äes que possibilitam movimentos mais livres. Acredita-se que os ligamentos associados a essas articula‡äes sejam "amolecidos" pelo horm"nio relaxina. As altera‡äes produzidas nas articula‡äes permitem que a cavidade p‚lvica aumente, o que facilita o parto.
ARTICULAåES SINOVIAIS
As articula‡äes sinoviais, tipo mais comum e mais importante funcionalmente, normalmente proporcionam livres movimentos entre os ossos unidos.
As quatro caracter¡sticas t¡picas de uma articula‡Æo sinovial sÆo que elas tm (1) uma cavidade articular, (2) uma cartilagem articular, (3) uma membrana s
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